É justo que alguém que tenha feito muitas boas obras
possa vir a se perder eternamente, enquanto outra pessoa que tenha sido
limitada em tais obras seja salva por Deus?
É justo que um ladrão que veio a se arrepender somente
quando estava morrendo numa cruz tenha recebido de Cristo a promessa que
estaria com Ele no paraíso, enquanto muitas pessoas que se esforçam para serem
honestas são condenadas ao inferno?
Se você for avaliar o assunto da salvação segundo o padrão
da justiça terrena e humana, a conclusão a que chegará é a de que não é justo.
Todavia, caso seja melhor esclarecido quanto ao que é a
Justiça de Deus, e o que se exige de nós, segundo a referida justiça, é bem
possível, que logo mudará de opinião, e afirmará que é mais do que justo.
Principalmente, se chegar por meio do convencimento que é
operado em nossa consciência, ao reconhecimento de que todas as pessoas, sem
uma única exceção, possuem uma natureza pecaminosa, ou seja, que não permite
que vivam em perfeita santidade, desde o nascimento até a morte, conforme é
exigido pela justiça da Lei, que reflete o atributo da justiça de Deus.
Não podemos esquecer que o homem foi criado para ser à exata
imagem e semelhança de Deus. Ou seja, ser como Deus é em Seu caráter e atributos
perfeitos.
Ora. Somente por esta verdade, concluímos que não há
portanto, um único justo aos olhos de Deus.
Daí se dizer que todos são pecadores.
Porque erramos o alvo para o qual fomos criados por Ele.
E errar este alvo nos deixa na condição de ter uma dívida
eterna e impagável para com Deus.
Porque não podemos compensar-Lhe por não sermos aquilo que
segundo o Seu propósito divino, deveríamos ser.
Então o que fez o Senhor para nos salvar desta terrível
condição em que nos encontramos?
Ele planejou morrer em nosso lugar para a satisfação da
exigência da Sua justiça, porque Ele não pode deixar de ser justo, e assim
puniu e condenou o pecado e o pecador, na morte de Cristo, que sofreu o castigo
divino em nosso lugar.
Assim, Jesus se fez maldição e pecado por nós, para que
fôssemos aceitos pela fé nEle, como santos, inculpáveis e justos por Deus.
É por esse motivo, que por mais importante que seja, e até
mesmo segundo a vontade de Deus que pratiquemos boas obras, elas não podem, no
entanto, isoladamente nos livrar da condenação eterna e nos tornar Seus filhos.
É portanto, somente por meio do arrependimento e da fé em
Cristo que alguém poderá ser salvo. Não há outro meio ou plano de Deus para
isso. E nem mesmo poderia haver, porque somos salvos por meio da nossa
identificação com Cristo, quer na Sua morte, quer na Sua ressurreição.
Ninguém além dEle, pagou ou poderia pagar a nossa divida de
pecado, colocando-se no nosso lugar e morrendo por nós na cruz.
Pois somente Ele possui méritos e dignidade suficientes, e
um valor infinito e eterno, porque é também Deus, de modo que poderia ser dado
em substituição a todas as pessoas que já viveram e que viverão neste mundo, e
ainda há mérito, dignidade e valor de sobra, de modo que houve nisto uma justa
troca efetuada por Deus Pai, a saber, a de Cristo, por todos os pecadores.
Honra, dignidade e valor infinitos e eternos, somente
pertencem a Jesus Cristo, nosso Senhor.
Por isso cantam os anjos e a multidão de remidos no livro de
Apocalipse:
“Apo 7:9 Depois destas coisas, vi, e eis grande
multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e
línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras
brancas, com palma
Apo 7:10 e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus,
que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
Apo 7:11 Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os
anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu
rosto, e adoraram a Deus,
Apo 7:12 dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria,
e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus,
pelos séculos dos séculos. Amém!”
Pr Silvio Dutra
Nenhum comentário:
Postar um comentário